História Geral
da Arte é um livro de H. W. Janson que fala em sua introdução dos primeiros
passos dos leigos sobre o que realmente é arte. Até hoje não se encontrou um
significado definitivo para arte, por isso tanta especulação a seu respeito. O
que se sabe é que o fato de não ver beleza numa arte não a torna menos arte.
Isso por causa das diferentes culturas em que cada pessoa está inserida, da
visão de mundo que cada uma delas possui.
O autor trata a
imaginação como um meio para a produção da arte, onde todo o processo tem
início. Para ele, a imaginação é uma linha tênue que separa o consciente do
subconsciente. Por isso, é comum que nem mesmo o artista saiba o significado de
sua própria obra, como Jasper Johns em Alvo com Quatro Caras.
Em seguida, ele nos
leva a pensar sobre criatividade. Para ele a criatividade está baseada no rasgo
imaginativo, que tira algo, não necessariamente um objeto, do contexto em que
está comumente inserido e o coloca sob uma nova concepção. A partir daí, a cada
novo traço, o artista vai dando forma à sua imaginação. Mas, nem sempre ele
consegue ser perfeitamente fiel à imagem criada em sua mente. Existem casos,
somo São Mateus de Michelangelo, em que a frustração da incapacidade de dar
vida à sua imaginação é tamanha que ele simplesmente opta por deixá-la
incompleta.
Outro ponto
abordado no texto é a originalidade, que o autor define como a principal
diferença entre a arte e o artesanato. Ele defende que um artista pode ser
influenciado por obras já existentes sem estar meramente copiando. Como
aconteceu com Edouart Manet em Le Déjeneur sur l’Herbe, inspirado por
Marcantonio Raimondi de Rafael, que, por sua vez, deriva da Roma clássica em
Deuses Fluviais. A principal semelhança entre essas obras não é aquela
percebida ao primeiro olhar, mas a originalidade com que cada uma foi
executada, de acordo com a contemporaneidade de cada época, os sentimentos e
visões de cada artista.
Agora somos
levados a um ponto crítico: o que é arte? E como avaliá-la? Gosto é peculiar a
cada pessoa e, por isso, não pode ser usado como critério. Mas não existe um
gabarito definitivo a ser seguido. Então como saber se nem mesmo os
especialistas chegaram a conclusões concretas? Entretanto, existe a maneira
correta de agir ao avaliar uma obra: deve-se deixar de lado experiências
passadas e padrões determinados pela sociedade, enfim, ser receptivo a
novidades.
A auto-expressão
está intrínseca à arte. Nenhum artista é capaz de fazer uma obra expressando os
sentimentos de outro. Mas, se expressar não é a única finalidade de uma obra.
Ela só é inteiramente completa quando chega ao seu destino final, o público. A
aprovação deste é o que move o artista, a aceitação de cada tentativa de criar
o impossível.
Finalmente, o
autor trata de seu último ponto: como olhar para uma obra de arte.
Encontramos-nos tão rodeados por cópias e tentativas infelizes que acabamos por
banalizar todo e qualquer tipo de arte. Devemos avaliar o que o artista quis
retratar, por que ela está ali, como fala comigo, qual é seu verdadeiro significado.
Enfim, tanto empenho por parte do artista para retratar com autenticidade seus
devaneios, merece ser interpretada além de sua beleza.
A arte é apenas
uma das várias formas que o ser humano tem de manifestar suas emoções. Mas,
muito mais que isso, ela é uma necessidade. Usada para exprimir os sentimentos
mais íntimos de um artista, aqueles que ele não seria capaz de compartilhar de
maneira diferente. Talvez por constrangimento ou por falta de palavras, o fato
é que uma obra, uma vez completa, fala por si só, revelam emoções e sensações
que nem mesmo o artista sabia que podia sentir. E é essa a sua real beleza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário